3 Comentários

Sou "pró-escolha" também, mas não vejo problema no "pró-vida" que é a favor do aborto em caso de estupro. Desde que sua base seja o consenso, de que se duas pessoas fazem sexo consensual as duas estão concordando com a chance de ter um filho, e por isso o aborto nesse caso seria inválido, já no sexo não consensual, uma das duas pessoas não concorda com a chance de ter um filho, então o aborto seria válido. Não vejo grande erro lógico nisso.

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Mas pense numa consequência do que você está dizendo: não concordar com o desenvolvimento do nascituro (eu uso essa palavra como um termo que se aplique a qualquer fase, pra não me perder na diferença entre embrião, feto e bebê) só é algo que faz sentido que dê o direito à opção de interromper uma gestação de acordo com as propriedades do nascituro. Ou você seria a favor de abortar um nascituro fruto do estupro com 8 meses de gestação? Imagino que não. Então somos levados de volta ao que mais importa, que são as propriedades do nascituro. Todo o resto pode ser importante, mas é menos importante que isso.

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Não entendo a contradição entre o pró-vida a favor do aborto de anencéfalo. Me parece como algo com fortes paralelos no desligamento de aparelhos do indivíduo com morte cerebral. Óbvio, em ambos os casos, o pró-vida seria favorável devido à inexistência de qualquer potencial de recuperação do feto/cerebralmente morto, em ambos os casos não desfrutando mais sequer da chance de voltar a ter seu sistema nervoso, tido por alguns como central para adquirir os direitos de pessoa.

A diferença é que essa variante do pró-vida considera a possibilidade/viabilidade futura de recuperação/desenvolvimento cerebral, um foco tão somente no desenvolvimento nervoso do momento levaria à uma posição pró-escolha.

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