Saber antecede fazer
Para mudar o mundo para melhor, primeiro é necessário saber como ele é. Por isso, saber antecede fazer, em importância e em sequência razoável. Quem quer forçar as coisas a mudarem em certa direção mas não fez o trabalho de explicar como elas estão e por que devem ir na direção desejada, portanto, está metendo o carro na frente dos bois. Devemos ficar desconfiados de qualquer ativista que não parece ter muita curiosidade pelo assunto do qual trata.
Se alguém quer defender direitos LGBT mas afirma, apesar das evidências coletadas e publicadas na genética, que ser LGBT é puramente cultural e nada tem a ver com genes, esta pessoa é não apenas mal-informada: sua preocupação com a justiça é pouco sincera. Quem se preocupa com justiça para LGBT se preocupa com justiça em geral, e quem se preocupa com justiça em geral tem curiosidade pelos assuntos que tocam a (in)justiça.
Quem quer que pessoas autistas tenham boas vidas arregaça as mangas e busca saber por que elas existem, em vez de cair na primeira teoria da conspiração sobre vacinas serem a causa.
Quem quer que homens e mulheres sejam tratados de forma justa, como seres humanos dignos do mesmo acesso a oportunidades e tratamento respeitoso, não cai na teoria da conspiração de que essas categorias existem apenas porque uma é inerentemente malvada e quer oprimir a outra, inerentemente vítima, como se fossem castas indianas.
E assim por diante. Fervor moral divorciado de curiosidade e interesse pela verdade, mesmo se sincero, é uma receita para o desastre, não uma força para o bem.